sexta-feira, 30 de julho de 2010

Que saudades dos anos 80

Ah, os anos 80!
Nossa, que saudades daquela década.
Devo dizer que privilegiada. Teve boa parte dos avanços científicos e tecnológicos que impulsionaram de vez o mundo para o que ele é hoje e era um tempo absolutamente mais tranquilo do que os dias de hoje. Não digo isso pela questão de assaltos nas ruas, brigas ou coisas do tipo. Claro que naquela época as coisas eram sim, muito melhores do que hoje em dia, a violência era muito menor, os políticos roubavam menos (ou se sabia menos) e os preços eram muito mais baixos do que são hoje em dia.
Mas não estou me referindo aos aspectos de uma sociedade em um todo. Digo das coisas como elas eram em termos familiares. Afinal, acredito fielmente que uma sociedade é um reflexo direto da vida que cada pessoa leva dentro de sua família. Dependendo de como as coisas são dentro de casa se refletem para amigos, colegas de trabalho, colegas de escola ou faculdade e assim por diante.
O ponto onde pretendo chegar é que, naquele tempo, tudo girava em torno de uma convivência muito mais familiar e afetuosa. Por mais que assim pudesse não parecer na época. Tiro como exemplo e argumento da minha teoria pelos brinquedos e programação existentes na época. Tudo levava a interação de grupo, reflexão sobre fazer o que era certo e claro, sobre o que é certo e o que é errado. Mas chega de papo furado. Vou mostrar (ou ao menos tentar) aquilo que tento dizer por meio de fotos.


Os brinquedos

A esmagadora maioria dos brinquedos dos anos 80 levavam as crianças da época a interagir com os amiguinhos. Eu sei disso por que eu fui uma criança durante os anos 80. A coisa mais chata que existia naquela época era brincar sozinho, pois tudo (tudo mesmo) era feito para que a gente brincasse em grupo.
Olha só.


Genius
Sem dúvida um dos brinquedos prediletos pelos pais (isso mesmo, pais) da galerinha daqueles bons tempos.
Porque?
Muito simples. Fazia com que as crianças usassem o cérebro. Coisa que dificilmente acontece com as coisas atuais. Hoje em dia é tudo praticamente pronto e boa parte das coisas faz o que tem que fazer praticamente sozinho. São brinquedos que custam caro (e muito) e servem simplesmente para serem vistos.
Claro que o Genius nunca fez alguém se tornar um Einstein da vida. Nem gerou uma safra de super gênios. Mas as crianças tinham que usar um pouco a cabeça, pois precisam prestar atenção na ordem em que as cores apareciam, memorizar e depois repetir na mesma ordem em que o brinquedo tinha feito. Era legal fazer disputas e poder se gabar para seus amigos que você era o mais inteligente de todos. Hoje as crianças se cabam por terem matado mais mendigos ou serem donas de mais prostitutas no GTA.






Pega vareta
Tudo bem, esse aqui não estimula a inteligência nem a cordenação motora do povo. Mas também não ensinava uma pessoa a matar outra e muito menos que isso era legal e deveria ser premiado. E como eu disse anteriormente, o legal era ter uma galera junto com você para aquela disputa de quem era melhor. Ou seja, havia interação social.






Sem censura
Esse jogo entra na categoria que eu diria ensinar o que era certo e o que era errado. Apesar de não lembrar muito bem dele.
Mas se não me engano, alguém pegava uma cartinha e fazia uma pergunta, propunha uma situação ou coisa do tipo. Tudo que tinhamos que fazer era julgar se aquilo era algo certo ou errado e simplesmente responder-mos "sim" ou "não" de acordo com nossa própria consciência.
E olha ali o nosso querido Marcelo TAS (aquele mesmo do CQC) fazendo a propaganda do jogo.
Reparem que havia cabelo.




Playmobil
Sem duvida nenhuma o melhor brinquedo da minha infância e da de qualquer um que foi criança na mesma época que eu (pelo menos aos que pergunto). Não conheci uma criança que não gostou de Playmobil. Era o brinquedo dos sonhos de qualquer menino ou menina.
Ele tinha milhares de temas diferentes. Desde a idade das cavernas, passando pela idade média, piratas e corsários, cidades atuais até chegar ao espaço cideral. O melhor é que ele dava os temas para a molecada. As estórias era criadas pela gente. A criatividade da meninada crescia solta. Todo mundo criava uma estória mais e mais mirabolante que a do amiguinho. Cada um queria ter a aventura mais legal que a do outro. Cada um queria que a sua estória foi mais criativa, os personagens mais legais e desejados. E quanto mais a gente via as estórias dos outros mais e mais idéias tinhamos para as nossas próprias. Isso sem falar de quando se juntavam várias crianças para imaginar uma história só. Aí sim. Piratas roubavam bancos disfarçados de policiais e fugiam na maquina do tempo para a idade média. Para que pudessem esconder seus tesouros dos malvados alienígenas que tentavam pegá-lo para impressionar a princesa do castelo das terras distantes...
E por aí a coisa ia. Um fim de semana era pouco pro povo inventar coisa.




A televisão

A televisão era outra coisa muito, mas muito diferente mesmo naqueles tempos. Essa perdurou por um tempinho a mais, chegando até boa parte dos anos 90 com uma programação legal. Mas como tudo, no fim das contas acabou cedendo espaço para a programação não muito saudável.



Os Ursinho Gummi
Infelismente tudo o que restou de lembrança sobre esse desenho foi o suco Gummi (hoje uma bebida alcólica). Mas era algo muito legal. Uma família de ursos que vivia dentro de troncos de árvores e lutava contra o Duque Duro para defenderem suas casas e a floresta.
Até os Ursinhos Gummi já falavam sobre preservação ambiental.
Era um desenho legal. Um dos meus preferidos na época. Mas infelizmente não durou mais do que duas temporadas com uns poucos episódios no Brasil. Acabou cedendo lugar para desenhos mais sem graça.
Hoje em dia diriam que é um desenho "gay" devido a imensa palhaçada que são os programas de hoje, onde tudo não passa de destruir e matar o inimigo.



He-man
Foi uma dos pouquíssimos que chegou a ter algum conteúdo um pouco mais forte. Afinal o super herói da trama era um guerreiro com um corte de cabelo horroroso, uma espada com o cabo feito de ossos, que lutava ao lado de uma cara bigodudo e montado em um tigre (ou leão, ou uma mistura dos dois, não sei) verde chamado Gato Guerreiro. Seu arqui-inimigo era o esqueleto e sua guerra era pelo domínio do castelo de GreySkull.
Isso sem contar que ele era ajudado por um gnominho voador com um zero na barriga que ninguém sabia explicar de onde veio.
Mas por mais que tivesse sido um dos primeiros a mostrar monstrinhos estranhos e bichos cavernosos, eu não me lembro de um, mas nem um único episódio sequer em que ele tivesse estrangulado ou arrancado a cabeça de alguém.
E no final de cada episódio o Gnominho aí sempre tava um tipo de lição para os pequenos do tipo: Sempre respeitem o papai e a mamãe. Ou algo como olhem para os lados antes de atravessarem a rua. São coisas que parecem bobas agora. Mas se fosse nossos pais a nos dizer coisas como essas, provavelmente não dariamos ouvidos.




Smurfs
Criaturinhas azuis que viviam na floresta assim como os Ursinhos Gummi. Os Smurfs porém seguiam o Papai Smurf (esse vermelhinho) e eram cuidados pela Smurfete, que era sempre quem cuidava dos machucados e reconciliações entre os Smurfs. Estranho era só ela ser a única menina entre os Smurfs.
Mas isso não muda a trama da história. Apesar do fato de eles constantemente terem que fugir do vilão Gargamel, que queria fazer uma sopa com os pequenos seres florestais, eles sempre estavam se ajudando. Sempre tinha um Smurf para ajudar o outro a construir ou carregar alguma coisa. Sempre tinha um Smurf para consolar outro que estivesse triste.



O fato é que, crianças são sim influênciadas (e muito) por seus ídolos. Mesmo que sejam eles bichinhos azuis, ursos saltitantes ou um cara com uma sunguinha muito brega. Elas não se importam, nunca se importaram e nunca vão se importar com a aparência que os personagens tem, pois eles crescem vendo aquilo por que é aquilo que passa na televisão. Se os persongens são violentos como comumente são em animes japoneses, ou absurdamente burros como o Bob Esponja, elas vão aquele modo de se comportar sim. Se crianças crescerem acostumadas com jogos de vídeo game que às isolam dos outros, tendo amigos apenas pelo orkut ou msn, irão se acostumar a esse meio de vida e isso irá reduzir de uma forma radical a afetividade que tem por outras pessoas.
Entendam que não sou de forma alguma contra vídeo games, ou desenhos japoneses (contra Bob Esponja sim). Eu mesmo sou um Geek (ou Nerd, como preferirem) assumido. Aficcionado por vídeo games e assisto até hoje desenhos animados, recentes ou não. O que eu acho errado é a idade em que as crianças são espostas a isso.
Eu amo vídeo game, mas não quero em hipótese alguma que um filho meu cresça jogando GTA, Doom ou Burnout. Eu jogo esses jogos? Sim, e muito. Mas tenho idade para discernir entre certo e errado e não vou sair demolindo carros ou matando gente. E agradeço e muito aos meus pais por terem me colocado de castigo quando eu queria jogar isso enquanto era criança. Agradeço por terem me dado bola de futebol em vez de revolver de plástico e por me incentivarem a jogar e brincar com outras crianças e nunca sozinho, e aposto todas as minhas fichas como seria tudo muito melhor se todos agissem dessa forma.

2 comentários:

  1. Muito bom este blog!
    Adorei, além de ter nascido em 2000, eu acabei de aprender coisas sobre os anos 80!
    Parabéns!

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  2. o he-man foi o melhor de todos,e influenciou a história da tv! as lições eram de peso no final de cada episódio!não é à toa que ele é considerado o fenômeno da história da animação!!sou artista plástico e cartunista e não conheço até hoje uma produção infantil melhor, em todos os sentidos, que o HE-MAN!!

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