Hoje John Lennon faria 70 anos.
John nasceu em Liverpool, na Inglaterra e passou por uma infância que eu definiria entre perturbada e ideal para qualquer jovem. Se meteu em brigas, fez festa, saiu e se embebedou e fez de tudo que qualquer pessoa de sua idade também teria feito. Arrumou namoradas e quase foi pai aos 14 anos. Foi criado por uma tia e perdeu cedo a mãe que morreu atropelada. Cresceu sem o pai. Foi um péssimo aluno, tanto na escola quanto na faculdade. Tudo que interessou John, a vida toda, foi pura e simplesmente a música.
Um dia ele conheceu um cara chamado Paul McCartney, viraram amigos e passaram a compor musicas juntos. Daí surgiu uma banda de escola chamada "The Quarrymen", que por muito tempo tocou sem baterista. John costumava dizer que o ritmo estava nas guitarras. Vai entender.
O Quarrymen evoluiu, ganhou um baterista e virou "The Silver Beetles", depois acharam que o nome era comprido e virou "The Beetles", e logo em seguida "The Beatles".
Daqui pra frente a história se molda de forma totalmente diferente do que era antigamente.
Dos pubs quentes, abafados e sem janelas de Hamburgo na Alemanha para o mundo. Os Beatles cresceram, gravaram e se tornaram a maior banda de todos os tempos. Viajaram o mundo e se drogaram. Receberam o título de Cavaleiros Reais, concedido pela rainha da Inglaterra, e alguns anos depois, estranhamente devolveram o título mais desejado pela população britânica.
Mas então uma japonesa surgiu, e a coisa mudou mais uma vez.
As brigas começaram a se intensificar, a se tornarem mais e mais frequentes. Então, um belo dia em uma reunião dentro dos confortos da Apple Studios John falou: Eu comecei isso tudo, e eu vou terminar.
Os Beatles se acabaram.
Mas John não. John continuou a compor, gravar e viajar.
Fez greve de fome em uma cama de hotel em Amsterdan. Lutou contra o governo dos EUA na justiça. Foi expulso do país, mas voltou e disse que ia ficar. E ficou. Foi acusado e acusou, mas nunca deixou de lado seu grande dom e amor. Jamais esqueceu de sua música. Então seu filho com Yoko chegou e John se aquietou. Enquanto a esposa trabalha em sua estranha "arte vanguardista", como ela mesma prefere chamar, John estava em casa, pois preferia cuidar do filho Sean e ser pai. Preferia ser aquilo que não teve.
Por alguns anos John ali ficou, sem compor, sem gravar.
Eis que então, em um rompante impulso como sempre lhe ocorreu por toda a vida, voltou a compor. Agora sempre ao lado do filho, compunha e da pequena criança cuidava. Deitava-se para fazê-lo dormir durante a noite e olhar as sombras dos carros passando pela parede até o pequeno no sono cair. John era um verdadeiro pai e músico.
Voltou a gravar, e assim ganhamos clássicos como Imagine, Watchin the wheels, Woman e Give peace a chance. A vida se tornava cada vez melhor e como John gostaria que ela relmente fosse.
Mas o mundo é um lugar difícil de se viver, e aqui a ignorância é algo que infelizmente reina, e com força. E esse reino de estupidez possui soldados. Soldados cegos, ignorantes e capazes de qualquer coisa por uma causa inexistente. Lutam sem por que. Não há para eles motivos. E no caminho de John havia Mark David Chapman. Um homem estupido, que não entendia as coisas da vida. Que não entendia a própria vida. E então, num momento de desequilíbrio ilusório foi até a casa de John e cinco disparos se fizeram ouvir.
John morreu no hospital as 23:00 horas. Logo após dar um beijo de boa noite no filho e um autógrafo para seu assassino.
John se foi, mas a lenda ficou.
Chapman pode ter baleado e matado um corpo, mas fez com que uma vida se tornasse uma das mais influentes do mundo.
Me perguntaram o seguinte: Você é um fã incondicional do John Lennon. Você gostaria que ele estivesse vivo?
Por um lado sim. Gostaria de ter a oportunidade de estar cara-a-cara com meu maior ídolo. De fazer-lhe perguntas e conversar fiado sobre sua vida, seu gostos, suas idéias e ideais. Mas fico pensando: e se ele estivesse vivo? E se não tivesse sido assassinado?
Fico pensando que ele poderia não ser hoje "John Lennon, o mito". Penso que ele poderia ser tão somente John Lennon, o ex-Beatle.
Poderia ou não ser assim. John sempre se destacou dos demais Beatles. Sempre se posicionou de uma forma que exigisse mais respeito daqueles que o cercavam. Sempre impôs suas idéias e se mostrou uma pessoa com ideais bem definidos e por eles lutou. Lutou por meio de sua música, lutou por meio de suas atitudes. O corpo se foi, mas sua alma, seus ideias e sua música permaneceram para sempre.
Feliz Aniversáro John.
Você vive nos seus fãs.
Isso foi simplesmente sincero e bonito!
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